Objetivo é capacitar e preparar as tropas que atuam na região para lidar
com problemas típicos das áreas de fronteira, como o garimpo ilegal e o tráfico
de drogas.
Manaus - O Exército Brasileiro iniciou,
esta semana, uma série de treinamentos estratégicos com a elite da força, na
região conhecida como ‘Cabeça do Cachorro’, em São Gabriel da Cachoeira, na
fronteira do Brasil com a Colômbia e Venezuela, com o objetivo de capacitar e
preparar as tropas que atuam na região para lidar com problemas típicos das
áreas de fronteira, como o garimpo ilegal e o tráfico de drogas. As atividades
serão acompanhadas por equipes da Rede Diário de Comunicação (RDC).
A operação terá a participação do 4º Batalhão de
Aviação do Exército (4º Bavex) Foto: Raimundo Valentim
As Operações Reais, como são chamadas atividades como estas, diferem de
treinamentos comuns, pois envolvem situações que podem representar perigo real
às tropas, esclareceu o chefe de comunicação do Comando Militar da Amazônia
(CMA), coronel Antônio Barros. “Em operações como essa, pode haver problemas. A
tropa sai em patrulha e pode se deparar com garimpeiros ilegais e até trocar
tiros, a gente nunca sabe o que pode acontecer”.
Entre as atividades previstas, estão o treinamento de paraquedistas, a
realização de patrulhamentos noturnos e incursões profundas de reconhecimento
na floresta. A operação contará com a participação do 1º Batalhão de Forças
Especiais, tropa subordinada à Brigada de Operações Especiais, considerada a
elite do Exército Brasileiro, e que tem sede em Goiânia (GO).
O grupo é especializado em ações que envolvam alto nível de planejamento,
como em operações de contraguerrilha, fuga e evasão, reconhecimento
estratégico, entre outras atividades de inteligência.
Segundo informações da seção de comunicação do CMA, as ações fazem parte
da rotina do Exército nestas regiões, mas dessa vez a mobilização envolverá
também especialistas em estratégia político-militar. Na manhã desta
quarta-feira, um grupo de 40 alunos da Escola Superior de Guerra (ESG),
composto por militares e civis, foi enviado à base da 2ª Brigada de Infantaria
de Selva, que fica na comunidade de Maturacá, em São Gabriel da Cachoeira, para
acompanhar as atividades e coletar informações estratégicas.
AS-532
Cougar
A operação terá ainda a participação do 4º Batalhão de Aviação do
Exército (4º Bavex), com treinamentos de patrulha aérea, diurna e noturna, e
atividades com paraquedistas. Para isso, serão disponibilizados helicópteros
AS-532 Cougar, de fabricação francesa.
As aeronaves têm capacidade de transportar até 27 pessoas e são equipadas
com posto de pilotagem blindado, duas metralhadoras 7,62 mm laterais, ganchos
de 4,5 toneladas, guincho de 272 quilos, seis macas para evacuação médica e
cinco tanques suplementares de combustível, que conferem até 7,5 horas de
autonomia de voo. Na próxima quarta-feira, haverá a formatura de militares em
treinamento para atuar no grupo de Ações Cívico Sociais (Aciso), localizado na
comunidade de Tunuí.
‘Cabeça do
Cachorro’
A região conhecida como ‘Cabeça do Cachorro’ compreende uma área de 200
quilômetros quadrados, a noroeste do Brasil, onde o município de São Gabriel da
Cachoeira ocupa a posição central.
A área, que possui aproximadamente 20 diferentes etnias indígenas, é
considerada estratégica para a soberania nacional, pois encontra-se em uma
região densa de floresta, com baixa densidade populacional, na fronteira com a
Colômbia e Venezuela. O local figura entre os principais pontos de entrada de
drogas do País.
A região também é rica em minerais, o que vem gerando conflitos entre
populações tradicionais e garimpeiros ilegais há pelo menos quatro décadas. Nas
Terras Indígenas do Alto Rio Negro e na reserva Ianomami, ambas localizadas em
São Gabriel da Cachoeira, existem atualmente 1.004 requerimentos de exploração
mineral, segundo relatório do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM),
onde pelo menos metade tem como objetivo a exploração de ouro.
Fonte: D24am
Nenhum comentário:
Postar um comentário