A
construção da nova Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), base de
pesquisas brasileiras no continente gelado, terá um custo estimado de R$ 110
milhões, segundo o projeto executivo da Marinha. A estrutura substituirá o
antigo centro militar, destruído por um incêndio há um ano e sete meses.
O
Programa Antártico Brasileiro (PAB) vai elaborar, até o início da semana que
vem, o edital de licitação que escolherá a empresa encarregada pela construção
da EACF. O preço calculado, segundo a Marinha, é semelhante ao investido pela
Espanha em sua base na Antártica, cujas obras foram encerradas nos últimos
cinco anos.
- Nos
próximos dias vamos avaliar todos os detalhes, do lugar de uma tomada ao
sistema de matriz energética - revela o almirante Silva Rodrigues, secretário
da Comissão Interministerial de Recursos do Mar, responsável pelo PAB. - A
licitação será realizada ainda este mês e aceitaremos empresas estrangeiras,
desde que sejam associadas a construtoras brasileiras.
Em
dezembro, engenheiros do PAB voltarão à Antártica para fazer uma sondagem geotécnica
do terreno da futura estação. Com estas informações, em março será lançada a
pedra fundamental da base.
A
montagem dos módulos da nova estação será realizada no Brasil, em um local
ainda não determinado. Entre março e outubro serão construídos os módulos,
adquiridos os equipamentos e realizada a pré-montagem.
-
Ninguém trabalha na Antártica entre março e outubro, durante o inverno daquele
continente - explica Silva Rodrigues. - Mesmo no resto do ano, trabalhamos com
um continente superlativo. De um momento para outro, o tempo ameno
transforma-se em uma ventania. Por isso, é impossível estimar o número de dias
úteis em que poderemos realizar nossas pesquisas. Mas gostaríamos de começar a
operação já em 2015.
O
projeto executivo da EACF foi escolhido seis meses atrás, em um concurso
promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil. A estrutura concebida naquele
momento, segundo Silva Rodrigues, é "conceitual". Algumas adaptações
serão realizadas, mas o PAB manteve suas ambições. Sua nova base na Antártica
terá rede avançada de comunicações de dados e voz, sistemas de água potável,
energia e de coleta de resíduos sólidos, biblioteca, academia de ginástica e
lan house. Com 3,2 mil metros quadrados e 19 laboratórios, ela poderá receber
64 pessoas, a mesma quantidade da estação anterior.
-
Teremos uma matriz energética menos poluente, água reaproveitada e isolamento
de última geração - anuncia o almirante do PEB. - Em menos de dois anos,
conseguimos desmontar as 800 toneladas da estação incendiada e mitigamos o
impacto ambiental do acidente. Logo teremos uma nova casa na Antártica.
Fonte: Agência O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário